Sustentabilidade – O que isso significa?
Ao pé da letra o termo sustentabilidade pode ser definido como a capacidade de sustentação ou conservação de um processo ou sistema. A palavra sustentável deriva do latim sustentare e significa sustentar, apoiar, conservar e cuidar.
O termo desenvolvimento sustentável surgiu pela primeira vez em 1987, na Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
Fala-se hoje em desenvolvimento sustentável que é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, garantido a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações.
No Brasil o conceito de sustentabilidade começou a ser desenvolvido na década de 1990 (vide a agenda 21).
O conceito de sustentabilidade aborda a maneira como se deve agir em relação à natureza em relação ao desenvolvimento.
Já o termo desenvolvimento sustentável tem como finalidade encontrar um equilíbrio entre as dimensões ambiental, social e econômica, isto é, o desenvolvimento econômico deve priorizar a busca pela diminuição da pobreza, a redução da poluição ambiental e do desperdício dos recursos naturais.
Ao longo da maior parte da história da humanidade, o homem se viu como um dominador da natureza, acreditando que a natureza estaria sempre disponível para o bem estar dos seres humanos e para servir ao desenvolvimento econômico, o que produziu a nossa atual sociedade de consumo!
Mais do que nunca, hoje sabemos que os recursos naturais são finitos e para que possamos continuar nos desenvolvendo economicamente, combatendo a pobreza e as diferenças econômicas, precisamos usar tais recursos de maneira racional e sustentável.
Há 30, 40 anos atrás, é fato que utilizávamos a água em nossas casas e em nossas empresas como se este recurso fosse infinito, como se ele jamais fosse acabar… mas isso não era verdade e hoje já passamos por algumas situações aqui no Brasil (um dos países com maiores recursos hídricos do mundo – detentor de 53% dos recursos da América do Sul e 12% das reservas de agua doce do planeta), de escassez e racionamento, visto que muitas das nossas represas ficaram em situação de emergência.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o desenvolvimento sustentável não deve ser interpretado somente como uma pauta e preocupação de governos e de empresas, mas sim como uma preocupação da sociedade em geral e em especial de nós consumidores, já que o consumo desenfreado e irracional da nossa chamada “sociedade de consumo” é que impulsiona a exploração demasiada e a escassez dos recursos naturais.
Consumir de forma consciente e sustentável, além de ajudar o planeta, também pode ajudar no alcance de uma vida mais tranquila, plena e menos dispendiosa para o consumidor.
Mas como podemos adotar práticas sustentáveis no nosso dia a dia?
Podemos começar pela água, no Brasil como vemos acima, ainda tem bastante, mas se não a usarmos de forma racional, este recurso acabará. É certo que em tempos de racionamento recém vividos em muitas cidades brasileiras, muitas famílias começaram a utilizar a água de forma mais racional através de pequenas ações que podemos adotar como uma prática para todos os dias sem que isso diminua o nosso conforto: banhos rápidos, fechar a torneira enquanto escovamos os dentes, varrer a calçada ao invés de lavá-la, reutilizar a água quando possível para outras atividades dentro da casa (ex: utilizar a água descartada pela máquina de roupas para as bacias e para lavar o chão), implementar a captação de água de chuvas para utilização. Ora, estas ações além de preservarem este importante recurso natural, também gerará uma economia, já que com o uso racional a conta de água também irá diminuir.
A mesma estratégia também poderá ser utilizada em relação à energia, que também é produzida através da exploração de recursos naturais. Aqui também muitas medidas poderão ser adotadas para alcançarmos a sustentabilidade. Ao comprar equipamentos elétricos e eletrônicos, sempre devemos optar por aqueles que tenham o selo de baixo consumo energético, também devemos na medida do possível, utilizar a iluminação e a ventilação natural, podemos ainda em relação a iluminação artificial substituir as lâmpadas antigas por lâmpadas de LED (mais econômicas) e sempre deixar equipamentos que não estamos usando desligados. Além de contribuir com o meio ambiente, também estaremos contribuindo com o nosso bolso, já que a consequência com a adoção destas medidas conduz à redução do valor da nossa conta de energia elétrica.
Ainda podemos adotar atitudes sustentáveis em relação ao descarte do nosso lixo, sendo o primeiro passo separar aquilo que poderá ser reutilizado (ex: podemos reutilizar potes e embalagens evitando assim o desperdício de materiais como o plásticos e o vidro, podemos restaurar móveis, e ainda reformar roupas antigas), e descartar de forma separada o chamado lixo orgânico (que dependendo do caso poderá ser utilizado em compostagem para produção de adubo), dos demais materiais que poderão ser reciclados.
Outra importante atitude que podemos adotar em prol da sustentabilidade do planeta, ocorre justamente no momento em que vamos consumir, comprar alguma coisa ou alimento: A primeira atitude é pensar se realmente precisamos comprar aquele bem, se a compra é necessária ou é só um impulso, sendo a compra necessária devemos nos certificar se o material utilizado na produção daquele produto não causou degradação na natureza (ex: madeira de reflorestamento), bem como da inexistência de trabalho escravo na produção, desconfiando sempre de produtos com valores muito abaixo dos regularmente produzidos. Também podemos repensar nosso consumo optando, sempre que possível, por aqueles produtos ou serviços que causarem a menor degradação possível ao meio ambiente (ex: consumir menor quantidade de carne bovina, optar por produtos orgânicos).
Assim, com a adoção de atitudes sustentáveis podemos impulsionar a nossa economia para o desenvolvimento do planeta em prol do planeta e da sua preservação para as futuras gerações.
Glaucia Bueno Quirino – Advogada no escritório Cristo Constantino & Advogados Associados
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